Quatro em cada cinco escolas têm turma sem professor
Carência de profissionais deve colaborar para a valorização da carreira
O Estado de São Paulo tem um déficit de 49.085 professores efetivos na rede estadual de ensino – 21% dos cargos necessários. Para atender aos alunos, o governo lança mão de 49 mil docentes temporários, o que ainda assim é insuficiente: no fim do primeiro semestre, a rede tinha 4,8 mil turmas sem aula de alguma disciplina – fazendo-se uma média é como se quatro em cada cinco escolas tivessem turma sem professor. Os dados, que não são divulgados pelo Estado – alega-se a grande dinâmica de atribuição de aulas – estão em documento encaminhado ao Ministério Público.
O cálculo do déficit é da própria Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Educação. A falta de professores e a grande quantidade de profissionais temporários são os grandes gargalos da gestão “tucana” na Educação.
A situação de aulas sem atribuição de professor atinge todo o Estado. No levantamento, com data de 7 de junho, a divisão é feita por diretoria de ensino e não detalha em quais escolas há o problema.
Apenas 9 de 91 diretorias de ensino tinham todas as aulas com professores.
De acordo com a diretora do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação de Osvaldo Cruz, Olga Batochi, a demanda por professores especialistas é alta. “Este é um problema de todo o Estado. Percebemos que o número de professores diminui a cada ano, principalmente os especialistas. Aqui na cidade oferecemos vagas em projetos, mas o déficit nos leva a realmente procurar novos profissionais”, disse.
Já a secretária de Educação de Osvaldo Cruz, Maria Leny Scramin, destaca que além da formação em Pedagogia, Letras ou outras áreas igualmente importantes, o professor precisa ter vocação para seguir na área.
“O docente precisa gostar e amar o que faz. Só assim ele conseguirá lidar com diversas situações do dia a dia. Além disso, é necessário ter vasto conhecimento de mundo. Hoje, os alunos possuem amplo acesso à informação e com isso acabam trazendo questões para a sala de aula que devem ser respondidas. Tudo isso deve ser apresentado de modo dinâmico e que interesse a esses alunos”, disse a secretária.